...
A participação no Festival da Canção foi para ganhar, para chocar ou para se divertirem? O último lugar ajudou a promover a banda?
Foi um misto de atitudes. Era importante aparecermos daquela maneira, pondo em causa uma série de noções relativas à música portuguesa que aparecia na TV. Em certa medida ajudou, destacou-nos do evento em si.
E quais foram os piores momentos da carreira?
Por duas vezes existiram, mortes associadas indirectamente (ou nas imediações) aos concertos, e de gente bem nova. Esses momentos são piores que qualquer fracasso...
Qual a razão do fim dos Delfins? Já não faria sentido continuar? Não achas que os dois últimos discos poderiam ter tido outro impacto se não houvesse um certo preconceito contra os Delfins?
Foram 25 anos bem documentados em canções. Alturas há em que precisamos de parar e recomeçar para que tudo faça sentido e nos oiçam outra vez.
Na tua opinião, quais os maiores factores de desmembramento e fim das bandas?
Divergência de opinião artística, sei lá, drogas, álcool...
Qual a tua opinião acerca do efeito de álcool e drogas na criação musical?
O efeito é nulo em termos de criatividade. Vejo isso mais com um escape de lazer em relação a épocas de maior pressão.
Qual foi para ti a década de ouro da música, porquê,e quais as maiores bandas de sempre?
Os anos 60 marcaram pois foram feitas centenas de boas canções de estrutura clássica na pop. Mas todas as décadas seguintes foram importantes e tiveram as suas pérolas.
Os Resistência marcaram uma era na música portuguesa. Como surgiu esse projecto? Voltavas a integrá-lo hoje com a mesma malta?
Acho que esse tipo de experiências resultam em dadas alturas e com certas pessoas. Repeti-las é um erro. O que não quer dizer que não se faça one night only...
E quanto aos Movimento, como surgiram?
Primeiro foi um convite de editoras, depois o entusiasmo criado tornou o colectivo numa verdadeira banda. Julgo que era preciso mexer na década em que mexemos (1965-1974).
A cultura mod é uma paixão tua. Fala-me um pouco disso. O que acontece em Portugal nessa área?
Acontecem festas e comunhão de interesses musicais, cinematográficos, enfim, culturais, de um grupo de gente que gosta de estar atenta tanto ao passado como ao futuro.
Palavra Puxa Palavra:
Stones: puros azuis
Xutos & Pontapés: rollin'
Delfins: clássico
Cascais: vila piscatória?
Portugal: segundo a Moodys?
Mod: lifestyle
Beatles: 4 cabeleiras do apocalipse
Rock n' Roll: what ever happened to...?
PoP: come-se a si próprio
Público: o jornal??
Canção da vida: Ain't No Mountain High Enough
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terça-feira, 11 de outubro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
"Heróis do Mar" - Miguel Ângelo - Parte I
Boa Tarde!
De há uns anos para cá, passei a prestar atenção aos Delfins, depois de um clic que tive com a música Marcha dos Desalinhados e de ter gostado de um dos últimos álbuns da banda, o "Delfins". Nesta altura, apesar de manterem a qualidade que fez deles uma das melhores bandas pop/rock portuguesas de sempre, a sua popularidade tinha decrescido e muito, na minha opinião, por um certo preconceito instalado no público português.... mas isso fica para outras discussões.
Considero o Miguel Ângelo um excelente vocalista, um excelente "líder" da banda, e um excelente performer. Por isso, considerando-o um dos "heróis" da música portuguesa, convidei-o para uma entrevista. Parco em palavras mas directo ao assunto, aqui está a primeira parte da entrevista a Miguel Ângelo:
Descreve-me os projectos musicais da tua carreira.
DELFINS 1984-2009
RESISTÊNCIA 1991-1994
MOVIMENTO 2011-...
A SOLO 2012-...
Sentes que os Delfins foram injustiçados depois de um ou dois discos não terem tido a melhor aceitação? Havia quem sentisse isso no seio da banda?
Se calhar isso pesou um pouco, e nem todos temos a mesma fibra. Mas acho que fizemos bons discos até ao fim, com canções.
Quais os momentos da carreira dos Delfins e da tua própria que mais te marcaram?
Sem dúvida a tour O Caminho da Felicidade, em 1996. Mas também espectáculos como o Ser Maior, no Teatro da Trindade(1993) e o Breve Sumário da História de Deus, no teatro Gil Vicente(1994). E todas as viagens, especialmente a viagem a Timor.
Encontro-te várias vezes em concertos e festivais. Consideras-te um "festivaleiro"?
Gosto de música ao vivo e nos festivais prefiro os palcos secundários - ainda melhor se forem tendas! - pelas bandas emergentes e especialmente por o som ser lá melhor que nos ventosos palcos principais... Mas prefiro de longe ver um bom espectáculo numa boa sala. A vantagem dos festivais é a multiplicidade de bandas e a surpresa.
Quais as bandas/artistas que mais te influenciaram ou influenciam?
Desde cedo, artistas como o Bowie ou Marc Bolan, depois bandas como os The Jam e The Stranglers. Depois a soul music, inabalavelmente. Mas estou sempre a ter bandas preferidas, entre as novas que aparecem. De momento passeio-me no catálogo da Daptone...
Quais os concertos mais marcantes em que participaste? E aqueles a que assististe?
Concerto da Independência, em Timor, ou a 1ª parte da Tina Turner, em Alvalade, onde também tocámos no Portugal ao Vivo e Filhos da Madrugada. Dos que assisti - centenas... - destaco sempre o 1º: The Lamb Lies Down on Broadway tour, Genesis, em 1975. Onde vi também o James Brown, nos anos 80!
Como vês o estado actual da música portuguesa e que bandas destacas do nosso panorama?
Vejo e verei com muito bons olhos tudo o que for surgindo, sabendo por cá não basta existir, mas sempre resistir. Destaco Sean Riley and the SlowRiders, Os Lábios, The Poppers, X-Wife, Os Lacraus, Os Golpes, You Can't Win, Charlie Brown, Pega Monstro e claro, Movimento.
continua....

Considero o Miguel Ângelo um excelente vocalista, um excelente "líder" da banda, e um excelente performer. Por isso, considerando-o um dos "heróis" da música portuguesa, convidei-o para uma entrevista. Parco em palavras mas directo ao assunto, aqui está a primeira parte da entrevista a Miguel Ângelo:
Descreve-me os projectos musicais da tua carreira.
DELFINS 1984-2009
RESISTÊNCIA 1991-1994
MOVIMENTO 2011-...
A SOLO 2012-...
Sentes que os Delfins foram injustiçados depois de um ou dois discos não terem tido a melhor aceitação? Havia quem sentisse isso no seio da banda?
Se calhar isso pesou um pouco, e nem todos temos a mesma fibra. Mas acho que fizemos bons discos até ao fim, com canções.
Quais os momentos da carreira dos Delfins e da tua própria que mais te marcaram?
Sem dúvida a tour O Caminho da Felicidade, em 1996. Mas também espectáculos como o Ser Maior, no Teatro da Trindade(1993) e o Breve Sumário da História de Deus, no teatro Gil Vicente(1994). E todas as viagens, especialmente a viagem a Timor.
Encontro-te várias vezes em concertos e festivais. Consideras-te um "festivaleiro"?
Gosto de música ao vivo e nos festivais prefiro os palcos secundários - ainda melhor se forem tendas! - pelas bandas emergentes e especialmente por o som ser lá melhor que nos ventosos palcos principais... Mas prefiro de longe ver um bom espectáculo numa boa sala. A vantagem dos festivais é a multiplicidade de bandas e a surpresa.
Quais as bandas/artistas que mais te influenciaram ou influenciam?
Desde cedo, artistas como o Bowie ou Marc Bolan, depois bandas como os The Jam e The Stranglers. Depois a soul music, inabalavelmente. Mas estou sempre a ter bandas preferidas, entre as novas que aparecem. De momento passeio-me no catálogo da Daptone...
Quais os concertos mais marcantes em que participaste? E aqueles a que assististe?
Concerto da Independência, em Timor, ou a 1ª parte da Tina Turner, em Alvalade, onde também tocámos no Portugal ao Vivo e Filhos da Madrugada. Dos que assisti - centenas... - destaco sempre o 1º: The Lamb Lies Down on Broadway tour, Genesis, em 1975. Onde vi também o James Brown, nos anos 80!
Como vês o estado actual da música portuguesa e que bandas destacas do nosso panorama?
Vejo e verei com muito bons olhos tudo o que for surgindo, sabendo por cá não basta existir, mas sempre resistir. Destaco Sean Riley and the SlowRiders, Os Lábios, The Poppers, X-Wife, Os Lacraus, Os Golpes, You Can't Win, Charlie Brown, Pega Monstro e claro, Movimento.
continua....
Etiquetas:
"Heróis do Mar",
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Miguel Ângelo
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