terça-feira, 16 de setembro de 2008

Boas! Hoje vou falar de uma banda que me enche as medidas! Vamos voar de Manchester até Londres, para falar um pouco dos Clash. Na minha opinião, a melhor banda rock da cena punk, diferenciando-se das outras por absorver diferentes cores musicais, elementos de outros correntes musicais (reggae,por exemplo), e incluí-las na sua música, com uma eficácia notável. Penso que se destinguem de outras bandas "punk", que seguem uma linha musical muito rígida,baseada no 1,2,3 das baquetas e... siga. Por tudo isto, recomendo Clash, o Singles é um bom álbum para se conhecer a banda, mas também London Calling, Sandinista ou Combat Rock o são. Espero que gostem do artigo e das fotos, e até à próxima...




THE CLASH

The Clash foi um grupo de punk/rock de Londres, Inglaterra, que tocou de 1976 até 1985. Uma das bandas mais aclamadas pela crítica da época, os The Clash foram famosos por incorporarem na sua música elementos reggae, funk, rockabilly, entre outros. A banda demonstrava uma sofisticação lírica e política que os distinguia da maioria das outras bandas do movimento punk. As suas apresentações ao vivo eram consideradas explosivas.




Formação e primórdios da banda

Formados originalmente por Joe Strummer (John Mellor, vocais e guitarra rítmica), Mick Jones (vocais, guitarra), Paul Simonon (baixo e vocais), Keith Levene (guitarra) e Terry Chimes ("Tory Crimes" - bateria), os Clash formaram-se em Londres, em 1976, durante a primeira vaga do punk britânico. Strummer fazia parte dos The 101ers e Jones e Simonon da lendária banda de proto-punk London SS. Por influência do empresário Bernie Rhodes, Levene e Simonon recrutaram Strummer. Estavam formados os The Clash.
Keith Levene foi o guitarrista da banda neste começo, mas depois de 5 concertos abandonou o grupo sob circunstâncias ambíguas.
Depois do lançamento do primeiro álbum dos Clash, Chimes foi substituído pelo baterista Topper Headon. Inicialmente a banda foi conhecida pela sua visão extremamente esquerdista e pelas roupas que pintavam com slogans revolucionários. O primeiro concerto foi em 1976 como banda de apoio dos Sex Pistols, assinando pouco tempo depois contrato com a CBS Records. O primeiro single, ("White Riot") e o primeiro álbum (The Clash), foram lançados em 1977, alcançando sucesso considerável no Reino Unido. Apesar disso, a CBS recusou-se a lançá-los nos Estados Unidos, fazendo-o apenas dois anos depois.
The Clash é um álbum de punk rock seminal. A maioria das canções são malhas de 2-3 minutos, mas as composições e melodias superiores destacaram Strummer e Jones entre a maioria dos seus contemporâneos. Neste álbum destaca-se a primeira evidência de uma das marcas dos Clash, que se repetiria por toda a carreira da banda, que passa por absorver um estilo musical ou determinados elementos externos ao punk e dar-lhe uma atmosfera própria, como é o caso da versão do clássico do reggae “Police and Thieves”.
O álbum seguinte, Give ‘Em Enough Rope, o primeiro álbum dos Clash lançado nos E.U.A, foi o primeiro com a total contribuição de Topper Headon. Rope foi lançado em 1978, alcançando a segunda posição no top britânico, mas fracassando como sucesso comercial nos Estados Unidos. Para divulgá-lo a banda organizou uma digressão norte-americana em 1979. O primeiro álbum “The Clash”, só sairia ali em Julho de 1979, então em versão drasticamente revista e editada.
O sucesso de crítica e de vendas dos Clash nos Estados Unidos veio com ‘’London Calling’’, um álbum duplo lançado em 1979 (pelo preço de um simples, por exigência da banda). Além do punk, o álbum apresentava uma gama variada de estilos, incluindo o rockabilly e o reggae.
A seguir veio ‘’Sandinista!”, álbum triplo pelo preço de um duplo, lançado no final de 1980. A banda continuou a usar a fusão com o reggae e o dub, expandindo-se em direcção a outras técnicas de produção e estilos musicais, que incluíam jazz e hip-hop. O resultado confundiu os novos fãs e as vendas caíram, embora nos E.U.A. as vendas subissem. Depois do lançamento de ‘’Sandinista!’’, os Clash iniciaram a sua primeira digressão mundial, visitando países da Ásia e da Oceânia.
Em 1982, a banda lançou o mais vendido dos seus álbuns, ‘’Combat Rock’’, que contém os sucessos “Rock The Casbah” e “Should I Stay Or Should I Go?”.



Tensões e dissolução

As tensões no seio da banda passaram despercebidas com o sucesso de ‘’Combat Rock’’, mas depois deste álbum os Clash começaram lentamente a desintegrar-se. Topper Headon foi demitido devido a problemas com drogas, e o baterista original da banda, Terry Chimes, foi chamado de volta para a digressão seguinte. Depois da tour ‘’Combat Rock’’ de 1982, Chimes saiu da banda, convencido de que o grupo não duraria muito tempo com todas as brigas e desentendimentos. Em 1983, depois de uma longa procura por um novo baterista, Pete Howard foi recrutado e tocou com a formação original em alguns concertos nos Estados Unidos.
Em Setembro de 1983, Strummer e Simonon expulsaram Jones da banda, citando o seu comportamento problemático e divergências musicais. Depois de uma série de testes, a banda contratou Nick Shepperd e Vince White, ambos com 23 anos, como novos guitarristas. Eles voltaram a apresentar-se em Janeiro de 1984, e no final do mesmo ano anunciaram que um novo disco estava a caminho.
As sessões de gravação deste novo álbum foram decepcionantes, com o empresário Bernie Rhodes a recusar o talento considerável de Howard em favor de uma bateria electrónica, alterando drasticamente os arranjos das canções e baseando o som da banda em sintetizadores.
Desiludidos com o álbum, Strummer levou os Clash a viajar pela Inglaterra e Escócia, tocando de graça em bares. A banda deu os últimos concertos em 1985. Enquanto isso, ‘’Cut The Crap’’ era lançado, sendo bombardeado pelas críticas e sofrendo vendas muito baixas.
Assim como a maioria das primeiras bandas punk, os Clash protestavam contra a monarquia e a aristocracia, tanto no Reino Unido como no resto do mundo. Mas ao contrário dessas primeiras bandas punk, os Clash rejeitaram o sentimento dominante de niilismo e anarquismo. Ao invés, associaram-se a diversos movimentos de libertação da época. A sua visão política era expressava-se explicitamente nos versos das canções, como em “White Riot”, que encorajava jovens brancos a entrarem para organizações libertárias de negros.
Em 1977, durante um concerto da ‘’Love Music Hate Racism’’, organizada pela Liga Anti-Nazismo, Joe Strummer vestiu uma polémica camisa com as palavras ‘’Brigate Rosse’’ e o emblema da facção Baader-Meinhof estampadas no centro. Ele declarou posteriormente que usou a camisa não para apoiar os terroristas, mas para chamar atenção à sua existência. Ainda assim, arrependeu-se depois do concerto, o que o levou a compor a canção “Tommy Gun”, renunciando à violência como um meio de protesto.
Os Clash também apoiavam o IRA, o PLO e, posteriormente, o Sandinismo, entre outros movimentos marxistas da América Latina, além de estarem envolvidos directamente com a polémica Liga Anti-Nazismo e o Rock Against Racism.


Discografia:

Álbuns de estúdio:

The Clash (1977)
Give 'Em Enough Rope (1978)
London Calling (1979)
Black Market Clash (1980) (compilação de lados-B)
Sandinista! (1980)
Combat Rock (1982)
Cut the Crap (1985)

Compilações:

The Story of the Clash, Volume 1, 1988
Clash on Broadway, 1991
The Singles, 1991
Super Black Market Clash, 1980
From Here to Eternity: Live, 1999 (gravações ao vivo de 1978 a 1982),
The Essential Clash, 2003
London Calling: 25th Anniversary Legacy Edition, 2004 (versão expandida com gravações de ensaios e um DVD com o making of do álbum)
The Clash,The Singles 2007

Integrantes:

Joe Strummer – vocalista, guitarra
Mick Jones – vocais, guitarra
Paul Simonon - baixo
Topper Headon - bateria

Outros integrantes:

Nick Sheppard
Keith Levene
Pete Howard
Terry Chimes
Vince White
Rob Harper





1 comentário:

Anónimo disse...

Grande 'post' meu! Obrigado! ;) Abraço...